Ao vencedor, as batatas.

Nada melhor pra quebrar a rigidez diinspiração do blog do que um assunto pra lá de polêmico, que como todos os outros assuntos polêmicos, me faz andar em círculos pela sala falando sozinho, até que alguém entre eu finja estar cantando.

Em breve todos aqueles em posse de um título de eleitor terão de votar a favor ou contra a proibição do comércio legal de armas. E isso gera discussão a beça. Como estou com preguiça de discorrer do nada, eu já vou entrar argumentando.

Muitos dizem que a proibição não fará com que os bandidos saiam das ruas. Claro que não, eles são bandidos. Quando se diz "comércio legal" é justamente para englobar os infelizes que dormem com armas sob o travesseiro e rezam para não serem sonâmbulos. O índice de gente tomando bala por assunto banais e de gente que conhece é alto, talvez não tão alto como o de crimes por bandidos, mas ainda assim digno de ser sanado. E a partir daí entra o foco maior do problema: a liberdade de escolha. Sim, eu sou a favor da liberdade de escolha e de atitude, mas nesse caso me oponho. Eu acho que o estado deve proibir o cidadão de ter direito de ter armas pelo simples e puro fato de que ele não sabe usá-las (a discussão sobre má utilização da violência pode ser porcamente embasada no post anterior). É claro também que soa muito prepotente olhar para 180 milhões de brasileiros e dizer que nenhum deles tem condições de se armar, mas é isso mesmo. Eu tenho o poder de soar prepotente sem querer isso. Lanço mão de um genial artifício explicado pelo Prof. Hawking, que é o princípio antrópico, o mais humano dos artifícios exatos. Ele nos dá direito de não pensar em coisas cuja reflexão não leva a nada, ou seja, posso dizer que ninguém sabe usar armas, a partir do ponto que nunca usarei uma para que digam que eu também não sei fazê-lo.

Esse é o pior argumento que eu já formulei na minha vida, ganhando apenas da Lei de Murphy. Mas é o fruto de uma discussão de capadócios sobre um assunto extremamente delicado e mal abordado. Acho que deviam proibir e ponto. Ou então reciclar o sistema todo. Vamos queimar todas as armas de fogo e usar apenas armas brancas. Os cidadãos pensariam duas vezes antes de sair por aí batendo espadas na rua. E reciclando o sistema, poderíamos também talvez sanar o que é na minha opinião o mais estragado, que é o sistema e seus frutos. Se a polícia é podre, é porque ela é absolutamente desnecessária numa civilização com consciência. Criamos uma sociedade podre, e as mudas dela só destróem o nosso estômago. Agora vamos ter que consertar tudo, ouvir argumentos xulos, com leis idiotas, vindas de idiotas, e talvez quem sabe ter que conviver com o resultado frustrado de tudo isso.

P.S.: O autor desse veículo se reserva ao direito de reservar qualquer direito a ele mesmo, já que isso está na moda. E aproveitando esse embalo, ele se reseva ao direito de escrever sobre um assunto complexo de forma estúpida, já que ele está cansado e é Domingo.

P.P.S.: O autor se reserva ao direito de atirar bolinhos de chuva em qualquer ativista pró-armas munido de argumentos semi-pensados, incluindo aí o ator-zumbi Charleston Heston, que deve pintar por aqui pra falar asneiras.

"I loves my gun"