Tuesday, July 12, 2005

Avise a ele que não foi por mal, sim?

Olá amiguinho, peço que não tente compreender o que segue, pois trata-se de um mero desencargo de consciência.



As pessoas desde cedo deveriam aprender a mentir. Na nossa sociedade, é mais importante que um mestrado ou um MBA na hora de conseguir qualquer coisa. Eu aprendi a mentir desde cedo, com os padrecos do Marista. Sou muitíssimo bom no ofício. Arrisco dizer que se há alguém melhor (e deve haver) esse alguém nunca será descoberto.
Eu menti, menti mesmo. Disse que tava tudo bem, mas era mentira. Tinha que mentir, era quase que minha obrigação, enquanto panaca. E não pense que isso é algum tipo de paradoxo socrático, é um mentiroso falando a verdade mesmo. Meus dias estão me roendo, e o que me dá mais raiva é não estar mal o bastante pra poder reclamar. "Tudo bem? (...) fora tudo isso, tudo bem." Disse um punk, e quis dizer um escritor. Me ative a coisas absolutamente imbecis, como jogar o famigerado jogo da bola que bate na barrinha por 16 horas, até chegar na tricentésima heptuagésima quinta fase. Meu dedo mindinho ficou tanto tempo parado apoiando o mouse que a circulação baixou, e ele ficou roxo e frio. Eu fiquei sem dormir, e nem percebi. Descansei, acordei e voltei a jogar. Ouvi falar que aquilo queima neurônios, e pelo jeito é verdade, pois quando fecho os olhos vejo os "bonuses" e "maluses" caindo pela escuridão. Joguei tanto, que até conheço os programadores pelo nome e sobrenome. Joguei, e resolvi parar. Sem desligá-lo, claro, pra mais tarde voltar. Voltei a pensar em coisas nada pertinentes, e fiquei puto. Sim, puto, não podia ficar feliz, nem triste, nem comprar um escada, então eu fiquei puto. Quero comprar uma escada, pois não há outra opção. "And I just keep on thinking it's my fault" diria Mr. Mustaine, num de seus dircursos perturbados.
Nesse momento, só sei que eu gostaria de não saber nada (mais uma vez deturpando as palavras do inexistente sábio barbudo, talvez esse deitado mesmo). Eu não passei na porra do vestibular, como imaginei, e vou ter que aguentar mais um semestre de rotina sufocante com uma horda de capadócios. Gostaria de dedicar meu tempo a coisas que me fazem bem, (e que sempre fazem). Estudar astrofísica, tocar guitarra. Tudo na esperança de não me tornar aquilo que eu poderia ser se fosse um pouco mais burro. Passei o Porão do Rock todo olhando pras estrelas (a exceção de um momento), e enumerando as características astronômicas de Vênus, pra algum interlocutor inexistente que não me daria atenção. Fui agraciado com uma árdua tarefa musical, a de me tornar foda. Vai ser difícil, mas pelo menos cheguei aqui. Nos próximos momentos, a menos que eu tenha uma overdose de LBreakout 2, não farei nada, a não ser nos raros momentos nos quais tentarei tocar algo parecido com blues, já que algum dia um preto cego disse algo importante sobre blues e a minha atual condição. Agora vou tocar uma do Purple, que gosto de improvisar em cima. A melodia é bonita que só. Não é blues, eu sei, mas Béla Fleck não é Jazz.

"Blues é um bom homem sofrendo por uma boa mulher que não mais o ama."

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

definitivamente acho q devemos conversar..
a saudade q sinto de vcs eh quase incomensuravel.. acho ateh mesmo q vou passa na sua casa essa semans por conta disso.. sabe qdo ficamos com tanta, mas tanta fome q de repente ele passa e vc esquece q estava faminto.. acho q aconteceu o mesmo.. mas aproveitando a analogia, qdo sentimo so cheiro de alguma coimda ou ainda provamos um pedaço de o q quer q seja, a maldita da fome volta e com força total.. entao.. ler seu blog eh como abocanhar algo q muito me apetece.. a saudade ta foda..
embarco pros states em dezembro mesmo..
estou estudando alemão.. acho que eh mais facil de musica ou física.. e teremos chance de aprender com uma nativa em setembro.. a wun tah chegando dia 15.. talvez vc jah soubesse, mas sei lah..
te amo muito mesmo
C.

7:44 PM  

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