Friday, January 27, 2006

Brancos e livres

Longos cabelos. Dedos afilados se entrelaçam. A pele macia serve de palco para um minueto de olhares medidos e condicionados, tímidos como os seres dos contos fantásticos.
Um sorriso furtivo escapa de quando em quando, revelando um turbilhão de elogios polipensados e escondidos, receosos de uma resposta.
A boca macia e grossa desenha toda uma sinestesia juvenil, que remete a uma fresca manhã acordada numa envidraçada casa branca cercada por jardins.
E como todo carnaval tem seu fim, toda estrela tem seu colapso, toda divagação tem suas mãos atadas a um fardo de realidade. Os cabelos continuam seu enlace, o olhar a sua dança, e a boca o seu sonho.
As letras surgem, como única prova de que tudo isso acontece.

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